Âncora

Este texto é sobre muita coisa.

É sobre aquelas vontades insaciáveis, tá me entendendo?

É sobre coisas que consomem, que esgotam, que te deixam fora de si e interrompem a programação normal por alguns bons quartos de hora.

É sobre peregrinar nos próprios sonhos ou até correr dos próprios pesadelos até que os pés fiquem cheios de bolhas, expurgando qualquer dor com uma arma (não tão) secreta (assim) que é rir de si mesmo.

É sobre desejar ser um lobo ou um cachorro daqueles de porte bem grande e bonito, só pra poder uivar bem alto a qualquer hora e meter medo antes que outro alguém faça isso com você. 

É sobre estar sempre à frente do rebanho, mesmo que o rebanho seja só você guiando seus inúmeros problemas, sabe Deus pra onde.

É sobre pedir socorro enquanto se afunda numa areia movediça de sentimentos ruins, escolhas ruins, hábitos ruins.

É sobre pagar um alto preço por ter posição. E, paralelamente, ficar pensando como seria muito pior se não tivesse.

É sobre essa ideia meio maluca de todo dia querer aprender alguma coisa na base da forçação de barra. 

Ou, ao menos, sobre lutar pra não emburrecer tão cedo. Ou, ainda, sobre não deixar o pouco que sabe se desintegrar com o tempo.

É sobre deixar a água cair no chuveiro, ver tudo evaporar e querer que isso seja eterno. 

Este texto é sobre porra nenhuma.

Este texto é sobre mim.

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