6:00 pm

São seis da tarde de uma quinta-feira conturbada.

O relógio gira, dança, rodopia, risca o salão. E eu aqui, sem saber dançar este balanço das horas. Tô levando um baile, bicho.

O corpo preso, a cabeça bloqueada, os dedos inquietos. Acho que ando me mexendo demais nessa cadeira. Sento com a parte de trás da coxa esquerda em cima do pé direito, numa posição nada agradável. Desfaço o nó que me enfiei, quase caio com a cara no chão, dou a volta por cima na maior malandragem do mundo. Risos.

Faço cara de contestador enquanto leio uma matéria sobre nanotecnologia aplicada na casa do caralho. Roo as minhas unhas, coço a cabeça com tanta raiva de mim mesmo que chega a arranhar o cocuruto.

Será que vai dar tempo de entregar tudo isso? Alguma chance de dar tempo de pensar em tudo que eu precisava fazer ou vou ter que deixar pra outra hora? Esse lance de ser uma bomba silenciosa é minha ruína há quase três décadas, acho que não vai me largar tão cedo. Daqui a pouco eu tenho um treco. 

Boto um Jorge Ben pra ouvir e relaxar meus miolos, dar um tempo mesmo. Só que ainda tô pensando no que escrever aqui, então meu plano vai por água abaixo sem dó nem piedade. Tento acompanhar a música, mas parece que 'a minha teimosia é uma arma' pra me foder.

Hora de saudar uma velha conhecida que nunca vi perder viagem alguma: hello, anxiety, my fuckin' old friend. 

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