Ímpeto

Nada é tão simples ou tão por acaso assim.


Não é só uma pedra no sapato, nem todo o eufemismo que isso representa. 

São ruídos que ouço, mas não sei de onde vêm nem o que querem me dizer. 


É a loucura do maquinista do tempo, que segue seu caminho acelerando e dando gargalhadas retumbantes por onde passa. 


Duro mesmo é presenciar que as primeiras rugas começaram a aparecer naquele rapaz que costumava ser tão vaidoso e cheio de vida.


Mais duro ainda é querer lutar contra o poderoso e infalível ímpeto da razão, tendo apenas dois braços cansados e um coração cheio de incertezas.



São sombras que - por excesso de educação - me colocam sempre à frente, geralmente ladeira abaixo e raramente rumo ao topo.

São pensamentos assimétricos, deformados, que rondam meus pesadelos mais tenebrosos e que quase me fazem confundir com a realidade. 

São todas as lentes que me mostram um mar revolto, furioso, que não tem dó nem piedade de ninguém ou coisa alguma.

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