Fel

Sou guloso. 

Tudo que ganha meu gosto, eu quero consumir pra cacete. Muitas vezes, até choro pra ter.

Nem sempre tenho na hora, o que já entendi que é um capricho que a vida se encarrega de fazer. 

Quase nunca desisto. Um dia eu conquisto, um dia eu chego lá. Ou não. Quem sabe?

Desejo o dobro aos outros, mas não para ganhar uma parte. E nem desejo por força do hábito, que isso é coisa de gente que só vai no automático e eu tenho pavor disso aí. 

Quero ver tudo fluindo bem, porque assim fica mais fácil gostar da vida. Que me desculpem os colegas masoquistas, mas sofrer nunca é bom negócio.

Ei, de repente uma repaginação cairia muito bem. A gente já vê tanta coisa que não é compatível, que não é adequada, que é dispensável. Pra que bagunçar mais?

A vida precisa valer a pena e não penar pra valer. Se não for assim, deixa pra lá que eu não quero mais sair do meu quarto.

Se todas as coisas do mundo fossem gostosas de saborear, eu bateria tudo no liquidificador e faria um suco. Até dividiria com vocês. Mas não é fácil, não. Tem gosto amargo, às vezes.

Por enquanto, o que sai de mim é só um bocado de saliva. E quando o desgosto vai além do meu controle, sinto vontade de vomitar.

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