Pancada

Dizem que todo gênio sabe a hora certa de escrever. Sei lá se acredito nesse senso comum aí. Sei que precisa ter um momento de genialidade na vida da gente, ainda que este momento custe a surgir e muitas vezes pareça um grande aborto da natureza. 

A vida da gente não pode se acomodar à mediocridade e ao marasmo. O simples fato de acordar já deveria trazer a ideia de que os próximos mil quatrocentos e quarenta minutos servirão pra alguma coisa.

Tem gente que sofre de uma preguiça crônica de buscar voos maiores. Muitos têm medo, bastante medo. Síndrome do 'não-me-sinto-preparado-para-isso'. Mas será que se conformar com isso é lá uma grande solução? Eu duvido.

Vem cá: quantas vezes você já ouviu alguém dizer que a tua geração é uma grande merda, só porque os valores da sociedade não apresentam mais aquele padrão antigo e quadrado da era dos dinossauros, de quando seu avô era apenas um garoto que sonhava ser marinheiro? 

Quantas vezes você já não recebeu um e-mail (o tão criticado e-mail, que tomou o lugar das charmosas cartas) com um cinquentão choramingando que era feliz e não sabia?

Quanto tempo você aguentou calado alguém mais velho falar um monte de baboseiras sobre as coisas que os outros fazem hoje e só não retrucou por ter aprendido em casa que não se discute com quem é mais velho?

Essa ideia besta de querer criticar uma geração que vem logo depois já vem de muito tempo. O que os mais velhos esquecem é que muita besteira começou a surgir justamente quando eles eram jovens como nós.

Deixemos de lado as aberrações. Vamos nos concentrar nas coisas boas, que são muitas. E aí vem o questionamento que eu adoro fazer: será que não existe mais nada na geração da gente que seja capaz de construir algo maravilhoso? Será que ninguém mais consegue incluir seu nome na história, justamente por ter feito algo grandioso, digno de aplausos e gratidão eterna?

Pô, essa geração é valiosa. Estamos muito acima em tecnologia, em competitividade, em expansão de ideias, em liberdade de expressão. Sei que cada geração teve seu auge, seu momento de acomodação, seu momento de querer brigar por um ideal e seu momento de amadurecer por completo. Não justifica querer entrar na discussão de que uma geração é melhor que a outra.

Podemos escrever nosso nome na história e dizer o motivo pelo qual estamos batalhando diariamente, tomando de três a quatro ônibus por dia, tendo que dividir nosso tempo entre trabalho, faculdade, cursos, tarefas domésticas, enfim. 

É tudo uma questão de postura. Tanto minha quanto sua. 

Bora mostrar que a gente tem valor, caralho!