Opaco
Todo dia eu acordo cedo, tomo banho, como alguma coisa e vou ao trabalho.
Todo dia eu produzo mais, venço mais barreiras, ganho mais confiança.
Todo dia, cada vez mais, eu faço parte de um cenário comum. É preciso um bocado de esforço para sustentar dias assim.
Ao final do dia, noto que minha testa está suada. Um pouco de barba cresce em meu rosto, apesar dos cuidados feitos no banho, logo pela manhã.
Meu corpo, cansado, quase implora por uma cama com lençóis lisos e travesseiro de astronauta. Percebo uma mudança ingrata, intrusa: viro homem.
"Eu sou apenas um menino", gostaria de dizer. Não dá tempo. Quando vejo, o tempo me consome e eu logo esqueço do que sentia saudades.
Com nó na garganta e peso nos olhos, não me reconheço mais. Cresci. Um outro Fábio surge, dessa vez para ficar por um longo tempo. Um Fábio sem muitas ideias, mas ainda esforçado; um Fábio sem muito talento, mas ainda assim capaz; um Fábio cartesiano, mas ainda querendo ser digno de dias vitoriosos.
Por enquanto é só cansaço, suor e um pouco de frustração.
Daqui a pouco chega a hora de relaxar em casa, tomando um banho morno e esperando a janta. Quando vi, já foi. Outro dia me espera, e eu nem consegui aproveitar o quanto pensei que mereceria.
E se eu nem merecer? Sobrevivo na alma.
A carne e o osso já não se sentem capazes de responder. Dias opacos.
Todo dia eu produzo mais, venço mais barreiras, ganho mais confiança.
Todo dia, cada vez mais, eu faço parte de um cenário comum. É preciso um bocado de esforço para sustentar dias assim.
Ao final do dia, noto que minha testa está suada. Um pouco de barba cresce em meu rosto, apesar dos cuidados feitos no banho, logo pela manhã.
Meu corpo, cansado, quase implora por uma cama com lençóis lisos e travesseiro de astronauta. Percebo uma mudança ingrata, intrusa: viro homem.
"Eu sou apenas um menino", gostaria de dizer. Não dá tempo. Quando vejo, o tempo me consome e eu logo esqueço do que sentia saudades.
Com nó na garganta e peso nos olhos, não me reconheço mais. Cresci. Um outro Fábio surge, dessa vez para ficar por um longo tempo. Um Fábio sem muitas ideias, mas ainda esforçado; um Fábio sem muito talento, mas ainda assim capaz; um Fábio cartesiano, mas ainda querendo ser digno de dias vitoriosos.
Por enquanto é só cansaço, suor e um pouco de frustração.
Daqui a pouco chega a hora de relaxar em casa, tomando um banho morno e esperando a janta. Quando vi, já foi. Outro dia me espera, e eu nem consegui aproveitar o quanto pensei que mereceria.
E se eu nem merecer? Sobrevivo na alma.
A carne e o osso já não se sentem capazes de responder. Dias opacos.
eu estou assim. mudei. cresci. é meio estranho, mas me consolo em saber que me tornei uma pessoa melhor.
ResponderExcluirbjinhos :)
Ainda que você tem quem faça a sua janta. Hehehe... literalmente reclamando de boca cheia!
ResponderExcluirMas entendo você. É difícil crescer. É difícil enfrentar a vida como ela é. Basta agora você lidar com o dia-a-dia de forma diferente, sabe? Perceber nas pequeníssimas coisas, a beleza, o prazer, a alegria. Tudo depende de você, de como você encara as coisas. Realmente não é fácil e não é a toa que dizem "a vida é uma grande luta, o mundo é cão...".
Perceber isso já é um grande passo meu querido. De qualquer forma, estou orgulhosa de você, Fábio Adulto, ou como diz o seu próprio sobrenome: Sottomaior. E foi a essa conclusão simples que você chegou: "agora, só to maior. ;)
E isso acontece todos os dias, com todo mundo. Estranho pensar que mudamos assim tão rápido, mas é bom. O que me deixa frustrada é não aproveitar, e cá entre nós, como é mesmo que se aproveita? rs
ResponderExcluiradorei aqui.
o certo é você se adaptar à uma coisa que é boa pra você e não ao contrário.
ResponderExcluir"Mude, mas comece devagar. Porque a direção é mais importante que a velocidade"..