Apaixonado guerreiro convicto de todo santo dia

Um dia me empurraram pra realidade e me obrigaram a ir à luta. Então eu fui. E como se fosse pouco, acabei me apaixonando pela arte de guerrear todos os dias.

Não chego a ser o último dos moicanos, como foi David Day-Lewis; nem mesmo um Mel Gibson, em Coração Valente. Só que sou um guerreiro, assim como tantos outros espalhados por esse mundão que nós fazemos de morada. 

Como guerreiro, sei que posso me envolver a qualquer momento em sérios riscos. Riscos estes, não tão fáceis assim de se contornar. Riscos que podem trazer destruição, provocando múltiplas escoriações num corpo frágil. 

Querem que muitos desistam da missão particular que cada um tem. Mas, honestamente, eu não vou desistir dessa porra. Quero é sentir tudo na pela, tão apaixonado a ponto de confundir brasa com brisa.

Só que se apaixonar tem lá suas restrições. Quando você se apaixona por alguma coisa, se dedica inteiramente àquilo. E aí a gente veste uma viseira que nos esconde uma infinidade de coisas: aquelas que já construímos, aquelas que estávamos tentando construir e interrompemos ou aquelas que ainda pensávamos em construir. Não deveria ser assim. Tudo deveria se encaixar perfeitamente, sem chance pra erro. Que barra ficar se baseando em utopia, viu?

Ainda assim, eu sonho que haverá aquele dia tão esperado. Aquele dia em que a burocracia não tirá mais de ninguém o direito de procurar a felicidade. Nada de choro, nada de dor, nada de crises existenciais, nada dessas bostas que aparecem de penetras nas coisas que a gente pensa quando alguma coisa não tá legal. 

Até lá, muita coisa pode mudar e eu sei disso. Todos nós sabemos disso, afinal. Até lá, a guerra pode ter me levado embora, assim como muitos de nós. Não é culpa nossa, não é incompetência. Nunca saberemos lidar com isso exatamente, por mais que a gente tente de várias formas. Por mais que cientistas e médicos descubram a cura da doença mais letal, o milagroso antídoto para dizimar um vírus pandêmico, a vida é o que é e dá o papo reto.

Enquanto isso, eu continuo em pé. Firme, feliz, com certas prerrogativas por ter escolhido um lado. De vez em quando aperta meu coração, admito. Mas não vou desistir, não. As feridas sempre existirão e eu já tenho muitas delas, de tanto perambular cansado sem arrumar saída pras roubadas que eu me meti. Um dia arrumei algumas saídas, mas as feridas ficaram. Tenho marcas remanescentes, profundas. Mas isso é assunto pra outra hora.

O fato é que realmente estou apaixonado e me sinto grato pela vida que tenho levado ultimamente. Vida de guerreiro mesmo. 

Sigo em frente, ignorando o que eu sei que pode me fazer mal. 

Bate até um orgulho de mim mesmo.

Comentários

  1. também tenho muito orgulho de você, fábio.
    e quero que você saiba, a cada dia, és mais apaixonante aos meus olhos ♥

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  2. Ser guerreiro,trabalhador é altamente bom,quando fazemos aquilo que amamos,tem suas recompensas,ás
    vezes,pelo que chamamos de dinheiro e outras a que definimos "aprendizagem diária",que é tão bom e que dinheiro algum leva embora...

    Fah,vc tem palavras sábias,post dimais...bjos de Juliete Oliveira

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  3. hey, gostei bastante do seu blog.. você escreve demasiadamente bem.
    gostei tanto que estou até te seguindo, feito incrivelmente inédito à primeira vista.

    acho que mereço que você dê uma olhada no meu também.. hahahha

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