Havana

Já são quatro horas da tarde de uma terça-feira de sol inclinado aqui em Curitiba. O céu está aberto, mas eu ainda o vejo um tanto quanto penitente. Talvez o céu se arrependa da semana passada, que foi bastante melancólica. Quer se redimir, imagino.

Ultimamente o tempo parece sozinho, vazio. O sol bate forte aqui na minha janela. "Boa tarde, Fábio". Ando sem paciência pra esses gracejos solares. 

Ao meu redor, vejo minha cachorrinha rabeando, querendo dar um passeio por aí. Eu a ignoro e ela nota, mesmo sendo irracional, que eu não tenho dado atenção pra pouca coisa. Então, ela rosna pra mim.

Ando preocupado e não sei a razão. Que que há, porra? 

Nesses dias, as ideias não fluem e os pensamentos ficam reduzidos ao mais absoluto nada. É aí que mora o perigo. Odeio me sentir angustiado e sem vontade de escrever. Mas parece que me encontro assim, nessa teia de melancolia.

Enquanto eu pensava no que escrever e não pensei em nada, uma hora se passou e já são cinco da tarde. O sol parece já querer se despedir, prometendo que vai voltar mais forte amanhã. 

Sim, eu li a previsão do tempo. Aparentemente, ele quis avisar todo mundo.

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Nesse post meio desleixado, eu gostaria de compartilhar minha saudade.

Ontem, dia 31, por volta de uma hora da tarde, Natalia Romaniv partiu de avião rumo ao Velho Continente. Agora, mais de 15 mil quilômetros e quase que o Oceano Atlântico inteiro nos separam.

Serão longos e tristes 10 meses - quase 300 (!!!) dias do ano - sem vê-la ao meu lado. O que me conforta é que eu sei que ela irá voltar cheia de histórias novas para contar sobre a Itália, sobre o que aprendeu e sobre o que sentiu falta. O abraço forte e o beijo na testa que dei não serão os últimos, disso eu sei. Aliás, estão longe de ser os últimos.

A saudade bateu forte ontem, mas ainda não caiu toda a ficha. Às vezes eu prefiro ser como uma máquina velha de fliperama, pra ficha emperrar o máximo de tempo possível. Assim eu faço pra não enfrentar a realidade. Mas provavelmente isso vá acontecer no momento em que eu for convidar alguém para sair e não poder contar com ela.

Naty, sucesso. Eu te amo muito e te desejo o melhor nessa viagem ♥

Comentários

  1. Nossa, nunca vi tantas palavras difíceis num post só. esse negócio de não saber o que escrever deve afetar todos usuários de blogs, estou me sentindo assim também.
    Quanto a sua saudade, mata...telefone e internet servem para isso, mas acho que prefere contatos mais próximos...então, essa saudade, o tempo cura e quando menos esperar a pessoa que se foi estará de volta.
    Bjo!

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  2. Ah vc eh um fofo fáh!!
    mesmo sem saber oq escrever vc escreve algo,e algo mto lindo!! =D
    Ah saudade,não sei se eh boa ou ruim?!!?depende da situação!!lindoo bjaoo ;*
    continue assim!! @Deinhapm

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  3. eu li alguns textos que você escreveu,
    é incrivel como você mostra enormes sentimentos em pequenas palavras sábias.
    Parabéns e muito sucesso pra ti!

    Bárbara Andréia

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  4. Estou sentada numa cama que será minha por dez meses, num quarto que será meu por dez meses, olhando para um computador que é meu desde meu aniversário. Me peguei de surpresa quanto ao texto e ao contrário do que digam, telefone, msn, skype... Coisas de menos pra saudades demais. E sinto falta de te olhar nos seus lindos olhos, sinto falta de te chamar de MEU "gay" preferido e de fato, NENHUM italiano, por mais belo que seja, é tão lindo quanto você, sinto falta de às vezes fugir contigo e de rir sem parar.
    O beijo na testa e o abraço não foram os últimos, mas doeram como se fossem tal. E seu silêncio está me dilacerando, sua ausência está me sufocando. Assim, ignorantemente eu pergunto, o que eu faço, se é que tem como, para fazer desses dez meses e 15 mil km parecerem como dez dias e 1500 metros?

    Mas eu te amo numa intensidade absurda.

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  5. Só passando...
    Você escreve de um jeito invejável *-*

    beijo.

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