Entre quatro paredes

Entre quatro paredes, não há como responder por si. É o desejo que alimenta o desejo de outro alguém.

Entre quatro paredes, é verdade: dificilmente alguém sai ileso. E quem quer sair ileso de uma tentativa linda e sem pudor de se conseguir um pouco de prazer? 

Mas espera lá: entre quatro paredes, também não é só bagunça. É olho no olho. É coisa séria. É paixão envolvente. Tem que respeitar.

Entre quatro paredes, palavras não são suficientes. Talvez até nem precise falar nada, só sentir silenciosamente o prazer de se encontrar encurralado. Assim, pronto pra ser provado.

Entre quatro paredes, a dor praticamente não existe. A gente deixa de lado tudo que nos derruba. 

Entre quatro paredes, é cada um por si. Mas nada impede que também seja todo mundo por todo mundo. 

Entre quatro paredes, tudo se encaixa. Duas pessoas que formam um só corpo. Coisa louca, matemática ardente. Pura matemática indecente.

Entre quatro paredes, é decisão ou pode não valer nada também. Depende do instante, depende de quem faz, depende de querer, depende de poder. Ao mesmo tempo é engraçado não depender de nada, exceto mergulhar sem vergonha alguma numa dessas aventuras.

Entre quatro paredes, meus amigos, é assim: tudo pode acontecer.