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Aqui conheci tudo o que sei.

Aprendi a achar bonito o desconhecido.

Falei minhas primeiras palavras para o mundo.

Bostejei coisas que não devia, justo para quem não merecia ouvir.

Provei na mesma medida o mel e o fel.

Ganhei, perdi, empatei, fui juiz de mim mesmo e dos outros (sem VAR).

Fui decepção inúmeras vezes e quebrei a cara pra valer.

Caí, levantei, caí, levantei, caí, levantei, caí, levantei.

Fiz e me desfiz de muitos amores, até encontrar um que fosse para toda a vida.

Colecionei - e ainda coleciono - grandes amigos, grandes histórias, grandes momentos.

Bebi pelas calçadas e pelos meio-fios mais improváveis.

Fiquei horas e horas andando sem pensar pelas ruas, na companhia de um cigarro aceso entre os dedos e uma playlist triste vazando pelos velhos fones de ouvido.

Me perdi entre bares, botecos, festas estranhas e nos meus próprios pensamentos.

Tomei os melhores cafés-filtrados-pretos-puros-sem-açúcar-por-favor.

Senti frio, passei calor, tomei chuva e vi o arco-íris se formar no mesmo dia.

Sonhei alto, talvez até mais do que podia.

Planejei ficar um pouco mais, mesmo vendo tanta gente se despedindo sem muita explicação.

Nasci, cresci e sigo nesse fluxo eterno em busca do melhor de mim.

Aqui sou um eterno piá, nessa cidade que me envolve de um jeito que chega a doer.

Aqui eu sou eu, mais do que seria em qualquer outro lugar.