Monólogo do feitiço
Eu tenho pouco mais de dez milhões, quinhentos e dezenove mil e duzentos minutos vividos até então.
Minha vida nunca foi conduzida por um padrão ou algo concreto que o valha. Quando me apaixonei pelas coisas da vida, precisei ceder em aspectos que hoje me fazem enxergar que não passo de um babaca conformista que não luta pelo que quer. E eu me odeio um pouco por isso.
Houve um tempo em que eu me contentava com o pouco que tinha, porque esse pouco atendia minhas necessidades. Acontece que, por si, a história mudou a página. Não por mim. O que restou da página anterior foi uma marca, uma orelha de burro detestável, que acusa a minha constante procrastinação em resolver minhas paradas, minhas fitas, meus rolos. Eu deveria ter ouvido quando diziam que não seria fácil ler o livro até o fim para entender.
Diz pra mim: como é que aquela trajetória feita lá no comecinho, reta e tranquila, acabou se tornando um caminho tão perigoso, cheio de curvas sinuosas e outros mil obstáculos? Como é que eu conseguia matar aqueles dragões que apareciam nos meus piores pesadelos e agora eles me ameaçam novamente com mais força ainda?
Responde, por favor: como é que a gente lida quando tudo o que foi planejado antes resolve agora desmoronar? Como é que a vida era gostosa pra caramba e agora todo dia é forte candidato ao título de pior na história da minha vida? Como é que um navio do nosso tamanho resolveu mudar a rota assim, sem mais nem menos?
O império que construí nos meus melhores sonhos, na realidade, não passava de um monte de areia. Demorei a entender. E agora que entendo, sofro mais que a encomenda.
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O problema não somos nós dois. Você sente meu coração bater forte toda vez que eu te encaro? Eu sinto quando vem de você. Quem sabe fomos mesmo feitos carne por carne, sangue todo e, assim, coração.
Os filmes de amor já não fazem mais tanto sentido se eu só vivia em busca de um amor igual àqueles. Nosso amor não tem gabarito.
Eu realmente deveria ter te ouvido com mais atenção, reparado nos teus sinais.
Minha vida nunca foi conduzida por um padrão ou algo concreto que o valha. Quando me apaixonei pelas coisas da vida, precisei ceder em aspectos que hoje me fazem enxergar que não passo de um babaca conformista que não luta pelo que quer. E eu me odeio um pouco por isso.
Houve um tempo em que eu me contentava com o pouco que tinha, porque esse pouco atendia minhas necessidades. Acontece que, por si, a história mudou a página. Não por mim. O que restou da página anterior foi uma marca, uma orelha de burro detestável, que acusa a minha constante procrastinação em resolver minhas paradas, minhas fitas, meus rolos. Eu deveria ter ouvido quando diziam que não seria fácil ler o livro até o fim para entender.
Diz pra mim: como é que aquela trajetória feita lá no comecinho, reta e tranquila, acabou se tornando um caminho tão perigoso, cheio de curvas sinuosas e outros mil obstáculos? Como é que eu conseguia matar aqueles dragões que apareciam nos meus piores pesadelos e agora eles me ameaçam novamente com mais força ainda?
Responde, por favor: como é que a gente lida quando tudo o que foi planejado antes resolve agora desmoronar? Como é que a vida era gostosa pra caramba e agora todo dia é forte candidato ao título de pior na história da minha vida? Como é que um navio do nosso tamanho resolveu mudar a rota assim, sem mais nem menos?
O império que construí nos meus melhores sonhos, na realidade, não passava de um monte de areia. Demorei a entender. E agora que entendo, sofro mais que a encomenda.
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O problema não somos nós dois. Você sente meu coração bater forte toda vez que eu te encaro? Eu sinto quando vem de você. Quem sabe fomos mesmo feitos carne por carne, sangue todo e, assim, coração.
Os filmes de amor já não fazem mais tanto sentido se eu só vivia em busca de um amor igual àqueles. Nosso amor não tem gabarito.
Eu realmente deveria ter te ouvido com mais atenção, reparado nos teus sinais.
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